Como surgiu a música "quero que vá tudo pro inferno" de Roberto Carlos e Erasmo Carlos
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A música “Quero que vá tudo pro inferno”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, é um dos maiores marcos da Jovem Guarda e talvez a canção que mais consolidou Roberto como ídolo nacional na década de 1960.
Origem e contexto
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Foi lançada em 1965, no LP Roberto Carlos Canta para a Juventude.
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A canção nasceu da parceria de Roberto com Erasmo Carlos, seu principal letrista e amigo de vida toda.
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O título e a temática eram ousados para a época: a expressão “vá tudo pro inferno” chocava setores mais conservadores, principalmente religiosos, já que se tratava de uma frase forte para a cultura dos anos 60 no Brasil.
Inspiração
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Roberto e Erasmo queriam escrever algo que traduzisse a angústia e a rebeldia juvenil, em sintonia com o rock internacional (inspirados em Elvis Presley e Beatles).
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A letra fala de desprezo por status, riqueza e aparências, porque sem amor “tudo vai pro inferno”. É um protesto romântico: o que importa é o amor verdadeiro, não os bens materiais.
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O toque de rebeldia, porém, tinha o tempero da Jovem Guarda: rebelde, mas ainda doce e ingênua.
Repercussão
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Foi um enorme sucesso, tornando-se um hino da juventude brasileira.
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Ganhou várias regravações e foi tema do programa Jovem Guarda, ajudando a projetar Roberto como o “Rei” do movimento.
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Também gerou polêmica: setores religiosos tentaram censurar ou boicotar a música por causa da palavra “inferno”.
A música surgiu do desejo de Roberto e Erasmo de retratar a rebeldia romântica da juventude dos anos 60, misturando rock, contestação e amor.
Qual foi a reação da Igreja Católica e da censura da época diante da música?
Quando “Quero que vá tudo pro inferno” foi lançada em 1965, ela estourou rapidamente nas rádios, mas também gerou bastante polêmica – principalmente pelo uso da palavra “inferno”, que era considerada ofensiva e até “blasfema” em um Brasil de forte tradição católica e moral conservadora.
Reação da Igreja Católica
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Muitos padres e líderes católicos da época criticaram a canção, alegando que a expressão incentivava o “mau exemplo” para a juventude.
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Alguns chegaram a pedir que a música fosse proibida de tocar em rádios católicas ou em eventos ligados à Igreja.
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Em jornais, articulistas mais moralistas tachavam Roberto Carlos de “mau exemplo” para os jovens.
Reação da censura (Ditadura Militar)
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Em 1965, a censura do regime ainda não estava tão rígida quanto ficaria após 1968 (com o AI-5), mas já havia filtros para conteúdos considerados ofensivos à moral.
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A música chegou a ser analisada pelos censores, e havia a possibilidade de proibição. Porém, como o tema central era o amor (e não política), acabou sendo liberada.
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Mesmo assim, em alguns estados e rádios locais, houve restrições pontuais, e a canção foi evitada em certas programações mais conservadoras.
Conclusão
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A polêmica só ajudou a torná-la ainda mais popular.
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A ousadia do título deu à juventude da época um símbolo de liberdade de expressão e de contestação contra as regras rígidas.
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Roberto e Erasmo foram criticados, mas também consagrados: a música virou o maior sucesso da carreira de Roberto até então, consolidando sua imagem de ídolo jovem e rebelde.
Em resumo: a Igreja reagiu com reprovação, a censura olhou com desconfiança, mas o público abraçou a canção – e foi justamente esse choque cultural que ajudou a transformar Roberto Carlos em “Rei”.
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